terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Hoje estou feliz e canto..." vá, não chega a tanto, mas a resolução da etériedade do meu ser deu mais um passo em frente

Olha, sim tu, olha. Já não és tu. Não, o meu 'tu' já não és tu, é quiçá ele (ou outro qualquer por descobrir). Mas tu já não és 'tu'. Agora 'tu' és TU (tradução para ti = ele).

Sabes, aquela conversa que tivemos foi muito conclusiva (afinal sempre havia diagnóstico - ainda que esse tenha sido um de 'morte súbita' [foi mais 'causa de morte' em autópsia que outra coisa]  - sim, porque, como sempre, tinhas de ser assim, indefinido e complexo. E sem razão.) mas foi mesmo. Porque percebi uma coisa que ainda não tinha percebido: 'como é que alguma vez poderias ser tu? ou poderias ter sido tu?'...Na realidade foste, nem que por breves instantes voláteis, nem que seja naqueles segundos suspensos em que só nós importámos, unidos. E eu, ingénua, acreditei que seria algo mais. Mas não foi; não é; não será.

Não desesperes, sempre seremos o que 'éramos antes', afinal nada disto 'te afectou assim tanto' e a mim, bem, a mim...isso não importa, porque já te tranquei no baú das memórias irresolutas de sempre. E para sempre lá ficarás.

('Para sempre' é muito tempo)

A felicidade é relativa.

domingo, 28 de novembro de 2010

a beleza de um quadro ou a arte pura

Julgo que seria pertinente todos terem acesso a esta conversa, não porque esteja especialmente boa, mas sim para descobrirem a beleza que uma música encerra. (com o meu 'obrigado' especial ao J.A. pela inspiração sempre presente e por ser, ele também, um artista. Perdoa-me por esta exposição pública das tuas sempre interessantes interpretações juntamente com as minhas).

Música que serviu de modelo de inspiração:http://www.youtube.com/watch?v=MkShzfpqvvc&feature=related (Petite Suite: En Bateau - Debussy)

"C.- Recorda-me o desabrochar de uma flor. começa delicada, fechada e tímida com o sol a incidir no seu botão vermelho (sim tem de ser vermelho) no meio de um campo de relva verde e fresca. até que começa a chover e consegues ver as gotas de água a cair ao de leve nas pétalas, até que batem com mais força e mais e mais e as vês a escorrer pelo seu caule até baterem no chão com um plim harmonioso que traz o cheiro a terra salgada. por fim, tudo acalma, o vento amaina e as pétalas desenrolam-se e abrem-se para encarar o mundo e um novo dia de sol. tudo isto, desde o nascer até ao final, numa espécie de dança flutuante que embala e carrega a tua vontade...é uma sensação muito calminha e lembra-me ondulação também,assim flutuante e fluida ao mesmo tempo...líquida talvez
C.- aposto que não tem nada a ver com o que tu sentiste
C.- mas há aqui certos tons primaveris na música
C.- melodias encantadas de bosque e outras de maresia
C.- é estranho como vai crescendo sem crescer porque se acalma sempre
J.A.- muito correcta a tua abordagem
J.A.-mas já pensaste nesta música como se estivesses sentada à beira de uma lago no verão com imensas flores ao teu lado e borboletas e sapos...
J.A. - e no meio do lago estava um barco de papel que se movia ao som da natureza
C.- sim.... os sons flutuantes estão lá no movimento ondulante e perfeito do barco que deixa marca no lago com a sua simplicdade etérea...e os sons que ouves de fundo são o poisio das borboletas nas flores num acto de comunhão entre a natureza viva e móvel e a estática
J.A.- para mim o lago não é bem um lago...
J.A.-é um rio que tem umas pequenas quedas de água e o barco desliza por lá
C.- eu continuo a sentir chuva...pingos de chuva a flutuar no ar
J.A.- eu vejo esta música como uma sucessão de quadros
J.A.-em primeiro plano vemos o lago depois há 2 borboletas que passam a voar e o nosso olhar segue-as e voamos com elas
J.A.- eu tinha um prof que dizia que a parte dos 2min08 lhe faz lembrar o cacilheiro em Lisboa numa manhã de nevoeiro
C.- eu vejo tudo como se fosse uma espectadora do beijo dos pingos de chuva quando batem nas pétalas e respingam,perfumando a atmosfera com doce
C.-  há partes doces e partes salgadas,até
C.-  mas é muito vermelho,verde e translúcido...
J.A. -  estás a ver a beleza Debussy?"

É esta a beleza da arte e da música. A música muda a vida de quem a ouve.

sábado, 27 de novembro de 2010

i feel like i need my pillow

as coisas acabam por se resolver sempre não é? espero que sim.

a partir de agora o destino, esse tal de Fatum fatal, que decida por mim.

estou deveras feliz por ti se estás feliz. estou mesmo. não me interpretes mal nem penses que estou a ser irónica. estou. por todos vocês.

mas gostava que às vezes o meu egoísmo não fosse inexistente. gostava de pensar em mim. porque dói a felicidade,às vezes.


mas quero agradecer-vos, a todos, adoro-vos e tenho uma gratidão imensa e infinita. AMIGOS, de ontem,hoje e amanhã. OBRIGADA por serem quem são. OBRIGADA por conseguirem aturar as minhas histerias e neurastenias.sem vocês o meu mundo colapsaria. DESCULPEM as esporádicas projecções de voz, os furacões de emoções e os acessos de loucura e raiva generalizada. vocês SÃO, e sempre serão,  ESPECIAIS.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

tenho as mãos geladas

acho que vou calçar umas luvas.

era só isto.



(não me digam que estavam à espera de mais...)

tenho saudades de quando era simples ser-se eu.

a vida é estranha

OK. KO.

hoje disseram-me:'pareces uma impressora' (devido ao multitasking inerente em mim, à polivalência da coisa,vá).

Over and out.

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Se ao menos eu imprimisse folhas de papel em branco para escrever a minha história...

Acto I - «blame it on the hormones»

Hoje estou cansada como nunca estive. Nem naquele dia em que sucumbi ao néctar dos deuses que é a sesta.
Hoje estou mesmo cansada.
Dói-me tudo.
Estou mal-disposta a nível físico.
E doente a nível emocional.

Penso nestes últimos meses de mudança. Mudou tanto. Mudou tudo. Mas muita coisa permaneceu igual embora diferente. Será aquela tal mudança de 360º em que tudo volta ao mesmo depois de rodar completamente até ao pólo oposto?Não sei.

Só me consigo lembrar é da rua. Do movimento, das pessoas, do cheiro a castanhas assadas sempre presente. Os estrangeiros que passam e admiram a nossa arte, cultura e povo. Coisas que devíamos também nós admirar. Coisas que admiro. Portugal tem muitos defeitos,mas mesmo assim não consigo deixar de gostar do meu país. Podia viver em tantos locais (posso até vir, um dia, a mudar-me para um desses centros do mundo:Londres,Nova Iorque,Paris...)mas não consigo deixar de pensar que pertenço aqui; que não queria ter nascido em nenhum outro lugar que não na minha Lisboa - um bocadinho o que sinto em relação a ti:
Tantos defeitos, tantas virtudes, tantas diferenças,tantas semelhanças comigo. Mas,apesar das desventuras, continuo a ser atraída para ti. Mesmo depois de teres mudado. Mesmo quando és cruel. Mesmo quando és injusto. Mesmo quando me fazes triste. «A minha pátria é sempre minha.»

Estou extenuada, deveras,bastante, assaz. Apetecia-me dar um passeio à beira-mar. Apetecia-me ver o Tejo e as estrelas. Apetecia-me tanta coisa!
Mas sinto-me a desvanecer, desaparecendo lentamente na multidão indistinta e disforme. Um bocadinho como a Chihiro quando se vê perdida num mundo paralelo que não o seu e começa a desaparecer,literalmente. Quase na transparência total perante os outros e quase sem forma, trespassável. Sinto-me "fraca e sem força". Como se todas as forças me abandonassem aos poucos. Como se todo o meu sangue fluísse pelas minhas veias e artérias de tal forma a que escorresse pelos meus braços através de microaberturas na epiderme do meu ser. Como se não dormisse há dias, meses, anos;como se nunca adormecesse mais. Como se adormecesse só naquele 'finalmente' sussurrado e fraco que será a última coisa que direi. «ADEUS»

A culpa é das hormonas. Não sei porquê,mas é. Hoje tem de ser. Eu não era assim. Poucas mulheres são (estão) assim.Nenhum homem será assim,definitivamente. Isto é uma desregulação hormonal.
Chamem-lhe o que quiserem: TPM, Tensão Pós-Menstrual, Menstruação, Ovulação, o que seja! Não importa. Importa é que as variações de humor constantes remetem para oscilações abruptas dos níveis de hormonas em circulação. Ou isso, ou sou bipolar.
Às vezes sinto que sim, que sou. Bipolar. Mas sei que a nível patológico, real, não. A nível psico-emocional, todavia, sou...mais do que queria. Mais do que devia.

Estou um caco, desfragmentado, partido, atirado ao chão como uma folha de vidro de espessura mínima. E ninguém quer saber. E todos pisam. E eu parto-me cada vez mais. Nem eu consigo evitar não me estilhaçar a cada momento.

Um dia, neste palco que é a vida, gostava de ter o papel principal,uma vez que fosse.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

cartas ao vento # 2

Podias trazer-me o Sol, para me iluminar o dia.
Podias trazer-me os velhos tempos recentes que eu tanto amava.
Podias-me trazê-lo(s).

Tal como trazes os jornais desperdiçados (num remoinho repentino).
Tal como trazes as folhas, a chuva e os cheiros a Inverno e Natal.
Tal como trazes o bater de asas de vôos sem destino.
Tal como trazes o despentear dos meus cabelos.
Tal como trazes o frio.
Tal como trazes o calor.
Tal como trazes a vida.
Tal como trazes tudo a todos.
Tal como trazes a liberdade.

Mas não me trazes o que eu quero.
E definitivamente não me trazes o que preciso.

"você não vale nada mas eu gosto de você"

Inconclusivo. Tal e qual diagnóstico complexo. Inconclusivo.

Sim, temos todas aquelas tretas do 'vamos fazer mais testes' ou 'não se preocupe já que pode não ser nada' ou mesmo aquilo que aprendemos sobre a 'dimensão da dor', o 'sofrimento' e 'como dar más notícias' - mesmo que ainda não se saiba que são más, pois, por vezes, não saber custa mais do que se fosse 'terminal'. Ao menos, aí, por mais que doesse, sabíamos que o fim tinha chegado. Esse tão inevitável destino dos homens. E, talvez, aí, me pudessem administrar cuidados paliativos.

Mas, assim, 'inconclusivo' não me dá para nada.

Nunca vou saber pois não?

Quem me dera que ao menos tu, ainda que o resultado dos exames e análises não fosse favorável, fosses tão linear e simples como uma dessas doenças (seja ela curável ou não, seja benigna ou maligna) que ficam 'claras como água' com um simples TAC, radiografia ou ressonância magnética.

No fundo, queria saber que fármacos tomar para apaziguar os sintomas de ti.

"Você não vale nada mas eu gosto de você...tudo o que eu queria era saber porquê"

falar devia ser fácil

são só palavras. porque é que dói? porque é que custa dizê-las mesmo sendo palavras felizes? porque é que custa ouvir a resposta mesmo antes de a ouvir? porque é que custa ouvir 'não'? - um monossílabo tão bom quanto 'sim', a meu ver. e porque é que custa falar contigo mas dói quando não falo?

devíamos falar mais. mas falar a sério, não essas conversas banais que temos.

há dias em que não me apetece controlar-me.

as coisas deviam ser todas mais fáceis.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

apendicite metafórica

disse eu, há uns tempos atrás - parvamente, dado que agora confirmo as minhas suspeitas de que, afinal, fácil é falar porque fazer...- o seguinte:
(a desculpar possíveis incorrecções e incongruências. o que vou transcrever a seguir é um sucedâneo de opiniões e comentários essenciais nesta temática. enjoy)

«C. - hoje descobri a pólvora e tenho toda uma nova perspectiva da vida! e há coisas que não valem a pena :) life goes on and life is sooooo good
alguém - Epáa... o que é que aconteceu?
C. - aconteceu que eu estou feliz! sou uma mulher independente que não precisa de apêndices!
(...)
C. - o apêndice pode-se cortar...basta dar dores e tichauu! diz que é uma operação fácil...claro que mesmo assim dói sempre...
alguém nr.2 - Revolta...
C. - não é revolta...é apenas... olha, desistir de manter uma coisa/ideia que só me dá dores
alguém - Assim é que é! E rápido... Eu da última vez demorei alguns meses
C. -  não é que seja rápido..é só que não vale a pena...claro que, enfim, operações deste género custam sempre e requerem anestesia geral!
alguém nr.2 - se por anestesia geral, queres dizer 'Vodka 37,5%'... gosto!
C. - quero. e agora estou no recobro, muito numb e quase sem feelings, porque é assim que me querem, é assim que vou ser ahaha
alguém nr. 3 - desculpem interromper, mas isto é o pior eufemismo de sempre seriously
alguém nr. 3 - but seriously it was awesome »

hoje alguém me veio, inocentemente, perguntar se eu tinha tido uma apendicite. Não, estejam descansados. Isto foi, lá está, uma noção metafórica de apêndice, ou, como alguém nr.3 diria, 'o pior eufemismo de sempre'.

Porque há dias assim. e há coisas que não se controlam e o coração, errrr, cérebro e hormonas, errr, apêndice, é uma delas.

"All I want for Christmas is you"

Hoje deparei-me com algo inédito na minha (curta) vida de jovem - uma sesta. Salvo raras excepções de férias desenfreadas ou dias 'after-party', este fenómeno do sono e da consciência raramente me bate à porta. Porém, hoje, sucumbi e colapsei ridiculamente na minha cama - sem sequer a desfazer - e toda vestidinha para sair. Estava cansada. Não, estafada. Toda a constante agitação (de corpos) a que estou sujeita dia após dia após dia - trabalhos, projectos, estudo, cursos, actividades, palestras e afins! (ufa) - provoca em mim um certo desassossego. As curtas horas de sono nocturnas não ajudam e as esporádicas saídas só prejudicam aquela já frágil e ténue sanidade mental que ameaça a cada momento abandonar-me e partir à descoberta de novos mundos. Penso demais nas coisas. O meu queridíssimo cérebro funciona a mil à hora, 24/24, 7 dias por semana, sem direito a descanso - nem fins-de-semana, nem feriados nem, vejam só, greves! Sim, porque ao menos podia cessar a sua actividade hiperactiva de estímulos vários por, nem que fosse, uma hora. Mas não. Até a dormir me atormenta - ele é sonhos, pesadelos, preocupações, estados de consciência alterados, inconsciente a enviar mensagens difusas e confusas nonstop e, vejam só, estado REM com uma duração demasiado elevada (farta de agitação já eu estou. 'PIM, MORRA, PIM' o REM insistente!) e eu, que sempre tive (outrora) um sono pesado daqueles que nem uma bomba conseguiria despertar, dou por mim a acordar ao mais ínfimo estímulo exterior! GRRR. E a sensação constante de vertigens e acordar com um impulso nervoso e uma mensagem de 'PERIGO IMINENTE' ou 'ESTÁS A CAIR' não abona nada ao meu descanso.

Por tudo isto e muito mais (voltamos àquele 'tu' que me mantém acordada e tira o sono, deixando entrever linhas de reflexão nocturnas exageradas) é que eu hoje adormeci como nunca tinha adormecido. Aconchegada, profundamente e, como uma criança, leve. Por fim, um minuto de descanso (horas até). Por fim, o tão esperado adeus às insónias. Por fim. Dormir.

Quando acordei qual não foi o meu espanto (para além de estar tapadinha com uma manta «obrigada, mãe») de verificar que 'já é Natal'. Sim, dormi tanto que acordei no Natal. 'Ela enlouqueceu de vez!' dizem vocês. Mas não. Quando acordei toda a minha casa estava decorada de acordo com a tradição, o cheirinho a comida remetia para dias natalícios que sempre me animam e o tempo frio e cinzento trazendo boas memórias de anos passados. Como eu adoro o Natal. As luzes, as comidas, as pessoas na rua, o rebuliço feliz, os cheiros, os convívios com as pessoas mais importantes da nossa vida.

Este ano, porém, só quero uma coisa. TU. ou, pelo menos, alguma compreensão e dissipação da minha confusão mental. Quero, apenas, ser feliz.

cartas ao vento #1

queria ser livre e voar.

queria ser diferente e não pensar.

querido vento, leva-me para longe. sopra o meu ser. deixa-me viver e ser livre.

"you know that I could use somebody"

No rebuliço que é o dia-a-dia, tu iluminas-me. Iiluminas-me e acordas-me. Sempre que estou no meio de tantas formas e caras indistintas, no metro, no autocarro ou, simplesmente, quando vagueio pelas ruas de Lisboa - ou da minha Baixa (sim, minha. porque ela é de todos e eu sou de ninguém) - no meio de tanta confusão, movimento, sons, melodias, barulho, jornais a voar, vento, chuva, sol, pessoas - sobretudo pessoas! tantas! - é a tua cara que vejo. Sim, a tua. Todos os outros, para mim, não passam de seres sem rosto, anónimos que podiam ser o tal mas que nunca o irão ser por tua causa. Porque só penso em ti. Mas tu nunca pensas - nem em mim nem em nada! - e nunca irás pensar. Não és assim. Mas também não és como eu queria que fosses. E, certamente, não és quem mostras ser. Um dia, gostava que percebesses o que sinto, realmente. Um dia. Não hoje, porque hoje não estás preparado para isso. Porque ontem, num desses quaisquer dias, não estiveste preparado e eu ignorei. E tu ignoraste-me. E nós (mas não há um nós real, pois não?), sim, e nós, ignoramos. Fingimos, talvez tratar-se de uma brincadeira. Disseste, sim, disseste (e quando o disseste mataste-me por dentro de tal forma que eu, que nunca choro, chorei. Muito. E chorar não é agradável. Ficar inchado e a tremer não é agradável. Lágrimas a escorrer pela minha face - não é agradável. Olhos vermelhos - não é agradável. Mas, mesmo assim, chorei como nunca tinha chorado. Chorei como se tivesse perdido qualquer coisa que nem era minha e que não perdi. Nem ganhei. Na realidade o problema é não falarmos. Nem brincarmos como antes. O problema é eu já não conseguir estar ao pé de ti sem sentir alguma irritação ou raiva.) disseste que tudo estava igual. Mas, se há alguma coisa que posso afirmar com certeza, é que nada está igual. Nada. Porque não se envolvem duas pessoas e depois diz-se: 'está tudo igual.' Porque a desculpa do 'bebi demais' não pega. Porque ambos sabemos o que fazíamos e só o fizemos (leia-se fizeste) porque quisemos. Mesmo que não o admitas. Mesmo que fosse só uma vez. Mas quiseste. Naquele dia quiseste. E agora nunca mais poderemos falar disso. Nunca mais poderemos falar sobre nada.

É por isso que te vejo, a ti, todos os dias nos rostos indistintos dos estranhos que passam e que, talvez, são o dobro dos homens que tu és. Pois eles, ao menos, falam.

Há dias, porém, que não é a ti que vejo. É a ele. Sim, ele. Ele que me deixa chorar. Ele que fala comigo. Ele que me escuta e aconselha. Ele que está lá. Simplesmente, está lá.
Às vezes vejo-o a ele. Mais sensível e mais homem que tu. Mais maduro e, contudo, mais inalcançável ainda. (E não o são todos, vocês? Inalcançáveis?)

'You know that I could use somebody', 'someone like you'. - A questão aqui é: quem és tu? Julguei que sabia. Mas já não sei. (se tu, sim, tu, aquele que não fala, me viesses falar hoje ou amanhã, eu saberia que eras tu. Mas se insistes em manter um silêncio indistinto e cruel, então, não sei se não será ele. Só que ele, apesar de tudo, e de ser mais homem, continua a ser só isso mesmo. Um homem. E, tal como tu, pode nunca vir a pensar em mim.)

às vezes a água que me escorre pelo corpo, nu - como um tecido acetinado que desliza pelos meus contorno até ao chão - é a minha única salvação. o meu conforto. o meu porto-seguro. Nem tu, nem ele, nem os outros que me atormentam, nem ninguém. só o mar. a água.

(still, irei sempre sonhar contigo e terei sempre este aperto no coração que me faz sofrer e viver ao mesmo tempo).

já sofri e sofrerei. já estou habituada ainda que não resignada. dói sempre. dói muito. é triste. mas dá força e ajuda a crescer

sou tão disney. sim, princesas e príncipes, finais felizes, amor verdadeiro e florzinhas em campos extensos de felicidade.

sou tão disney.

devia ser proibido implantar nas crianças ideias como estas. devia ser proibido histórias de amor perfeitas, com timing perfeito, declarações perfeitas e - ora vejam bem - até discussões perfeitas! e tudo isto sempre regado com uma boa dose de humor, carinho e uma banda sonora de fazer chorar (por mais e pelas nossas tristes vidas).

devias ser proibido fazer sonhar desta maneira. devias ser. (porque a culpa é sempre TUA, quem quer que TU sejas. és TU)

os meus sonhos de infância já foram despedaçados. e, mesmo assim, continuo a ter esperança...porque essa, enquanto eu por cá andar, não morre ainda que se desvaneça. e odeio isso, odeio! porque mais uma vez, choro.

mas a vida dói e mói e custa. e essa é a única verdade.

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queria não ser (tão) disney. queria que o mundo fosse (mais) disney.

e se um dia o teu nome não fosse teu?

confusa. confusão. confundir.

O meu cérebro tem um nó, bem forte. não ata nem desata.

gostava de conseguir saber o que sinto. (eu sei, mas não quero saber?) é demais. TU és demais. ELE é demais. ELES são demais e sufocam-me.

Qualquer dia não há NADA mais.

Just Realized [this year]

Life's too short, death is waiting for us, true friends are rare, happiness doesn't happen often,love isn't always appreciated.

...

The Sun might shine again... it might not, though

Em Memória de Paulo Alexandre Soares Jacinto - PAI

Queria ter-te aqui. Queria poder ver-te. Queria que me consolasses  e me desses um abraço, que dissesses que tudo vai ficar bem. Mas não posso. A tua morte foi tão dolorosa. Passados todos estes anos continuo a não aceitar esse facto. Todos morrermos, mas porque é que tu tiveste de morrer, tão cedo?Sei que é injusto dizer isto, sei! Mas às vezes penso como seria se aqui estivesses, para me ouvir, para me ajudar e para me contradizer quando fosse preciso.

Mas apesar de tudo, nunca me esquecerei de ti, daquilo que passámos. Não foi muito, mas foi especial. Amo-te mais que tudo, pai. Viverás para sempre no meu coração, pois não interessa naquilo que acredito, nas crenças que tenho ou aquilo que falo, penso ou faço. O que interessa é que eu sei que, um dia, morrerei, mas comigo tu não morrerás, pois o amor e as memórias são mais fortes que o tempo, que o corpo. As memórias e o amor são como a alma, imortais, intemporais, transcendentes. Independentemente do que digam, são-no. O espírito permanece, nem que seja nos pequenos gestos que tivemos. E contigo não é excepção. Amo-te, sinto a tua falta, mas sei que estarás sempre comigo

Face it

Memories...things that were but no longer are.

NEVER FORGET.

NEVER REGRET.

Paridades

ERROR

ERROR

ERROR

ímpar, díspar, par

Essências

Psicologias baratas que nos dissecam, por dentro e por fora, sugam a alma e dilaceram aquilo que é descrito frequentemente como a nossa 'verdadeira essência'.

TUDO TRETAS. 

Aquilo que dás a conhecer não é mais do que o que queres mostrar nem menos do que é uma parte de ti.

"... You only see what I let you see. Nothing less and nothing more..."

O essencial é saberes quem és e quem gostas de ser para ti e para os outros.  


saudosismo irreverente ou como uma imagem vale mais que mil palavras (e o teu olhar me prende à tua alma)

e eis que do nevoeiro surge ele,
impávido e sereno
no seu cavalo alado.
mais miragem que visão.

tempos idos de moças. saudades de nós as 4. isto é de uma para uma para todas.

[Para a Ana Duarte]

Cumplicidades.
Ouves-me.

Intimidades.
Aconselhas-me.

Só tu sabes a realidade
Obscura
Do meu ser irrisório.

Só tu sabes.

És simplesmente assim.
Personificas
Lealdade intrínseca.

És amor e amizade e tudo.

Mereces que o Sol ilumine a tua luz.
Mereces florir e sorrir e tudo.
Abrir para o Ideal.
Viver e ter e ser o que quiseres.

Ter tempo.
[Compassando-te ao som do Piano que te move e que moves]

Seres o orvalho da manhã fresca.
Parte essencial de todos,
Do grupinho eterno das moças.
(Para sempre arco-íris de amizade).

— Laços —

União dos tristes perdidos viventes.
Cimento da fundação dos alicerces que construímos.

vidas passadas

[Para o Zé Maria]

És a noite, calma e negra,
A noite que faz sonhar.

És um rio,
Vermelho e compassado,
Saliente na pele quente que és.

És e fazes e gostas do líquido da
Vida,
Que vive no coração – meu e de todos –
E faz viver.

És a beleza da dor,
Do morder o amor nocturno,
Do fazer o amanhecer.

Crepuscular, todos te amam.

Sol da noite,
Luar da alma.

És tu.

Um ‘rapaz-homem’,
Esculpido,
Eterno.

Querer é poder. - "you've got the love"

Uma lágrima escorre pela minha face ruborizada. É salgada. Outra se lhe junta. E outra. Todas elas por ti… Começas a sentir o sabor do sal que nelas se encontra, começas a afundar-te nelas como caravela perdida no mar. O teu coração bate ao ritmo compassado a que elas – as minha lágrimas – caem. Uma e mais outra e outra.

Sabes que te quero.

Quero voltar a ver-te, a sentir-te, a cheirar esse teu perfume doce que ternamente me embala e enfeitiça. Quero provar o sabor adocicado dos teus lábios uma última e derradeira vez – quero que tudo volte ao que era…
Passaram-se meses, quase anos, mas eu nunca esqueci a suavidade da tua pele, que me fez sonhar e me abraçou meigamente…

Hoje, choro porque quero. Quero chorar e quero-te a ti! Este voar silencioso que faço sobre aquilo a que já chamei ‘nós’ não me deixa morrer. Mantém-me viva e conduz as minhas asas até às estrelas, até ao horizonte, até ti.

Foi uma bela história de encantar. Mas o que ficou? Apenas uns olhos salgados a desesperar por mais. Dois corações a bater em uníssono, afogando-se no ‘era uma vez’ que fomos. Recordações bem trancadas, a sete chaves, no fundo do baú que é a minha memória resoluta. A etéridade do nosso ser conjunto, esfumando-se à passagem de cada onda do mar salgado que criei por ti… Mas ficou mais do que apenas chuva e névoa.  Ficou, também, a esperança de um novo conto de fadas.

Porque, afinal, querer é poder. E eu quero! 

eu sinto-me mais um veículo de uma vontade, que não a minha, do que alguém que escreve. a caneta é que me controla a mim e não o oposto.

Gosto quando olho pela janela do meu quarto e vejo os prédios, todos alinhados, simétricos, do seu cor-de-rosa pálido, ou mesmo mais vivo, dos seus entalhes em pedra branca… Os jardins harmoniosos, verdes, com pequenas palmeiras e plantinhas ingénuas a florescer… A maneira como o Sol, ao fim do dia, incide no topo da fachada daqueles mesmos prédios – belos, modernos, mas intemporais – e do céu, azul, límpido, tranquilizante… A calma que isto me transmite – oh! a calma que sinto – e o quão satisfeita fico… Sou abençoada por ter uma vista destas da janela do meu quarto.

Às vezes ponho-me a pensar como seria se não tivesse esta vista, se não fosse, no fundo, tão abençoada… Se, em vez de belos jardins, prédios quase principescos e a oportunidade de ver o Sol, a brilhar, e o céu que se estende até àquela via rápida, sinal e marca da modernização (sempre com aqueles veículos, ruidosos e rápidos, a passar e a passar, num crescente alvoroço), tivesse uma outra paisagem…

Como seria não ter estes contrastes, esta acalmia e vivacidade? E, tudo isto, apenas à distância de um simples abrir de pálpebras, com a ajuda de vários movimentos harmoniosos das pestanas… A entrada de luz nas pupilas, iluminando e enaltecendo simultaneamente as íris, levando a mensagem através de uma rede intrínseca de nervos, transportando-a através de fendas sinápticas e processando-a, finalmente, no córtex visual - num qualquer neurónio intermédio… Nem receptor, nem efector. Simplesmente intermédio – e elaborando a resposta cerebral àquele estímulo belo, que me completa… Como seria?

Mas como é possível, também, que uma simples paisagem e a sua contemplação me guiem até ao mais íntimo do meu íntimo, ao mais profundo da minha profundidade, aos diferentes córtexes do meu cérebro? Quem diria que um simples dia de Verão, quente e solarengo, me levasse a abrir a janela do meu quarto e que, com isso, me quase obrigasse a contemplar a Natureza em harmonia com a antropologia e que isso, por sua vez, me levasse até à biologia da minha mente? Quem diria?

O que uma simples observação inocente provoca… Se é assim com uma paisagem, imaginem o que não daria se fosse uma acção boa a ser observada…O que isso não provocaria…

 Às vezes a realidade é tão irreal que a tomamos como real só porque a vemos. É esse o poder de um olhar, de uma observação... É essa a capacidade que o nosso cérebro tem de tomar como verdadeiro aquilo que pensa que o é. E essa é uma das muitas belezas da vida…quase tão bela como a vista da minha janela.

Literatura ou O valor da expressão



Livre. No fundo é isso que é. Livre. Nem mais nem menos.

É a expressão máxima de um ser, um qualquer ser que se queira dar a conhecer ou simplesmente se queira conhecer a ele próprio ou ao mundo. E, quando o ‘eu’ assume o papel desse ser sente uma qualquer transcendência – tudo é etéreo, mas efémero – um sentimento, no fundo, um sentimento que se pode esfumar mas que actua como uma qualquer droga alucinogénea. É impossível fugir deste ímpeto que o impele, o exala para que exponha um sucedâneo de ideias…
É a comunhão, a união entre a realidade com uma sub-realidade ou uma para-realidade, todas elas pseudo-vivas, pseudo-reais… É o consciente e o subconsciente em fusão. Não há verdade nem mentira – a expressão de um qualquer fôlego não é nem verdadeira nem inverdadeira, apenas é.
E, mesmo que, às vezes, as palavras sejam voláteis demais, ou que se diluam num solvente interior no âmago de cada ‘eu’, esse sujeito interior e pessoal do ‘eu’ terá sempre a beleza de uma pintura ou imagem que extrapolam aquilo que o próprio ‘eu’ sente – uma expressão ou estado de espírito mais ou menos cognoscente do mundo.

Porque a literatura ou a expressão de um ser é mais que um conjunto de palavras enviusadas ou ordenadas, com ou sem sentido; é muito mais. É um estado de alma que apenas combatido fortemente se não deleita, se esquece. É o que se quer mostrar: seja do próprio ‘eu’, seja de um outro qualquer ‘eu’ que ambicionamos ou desprezamos ser (ou, até mesmo, que alguém já é); seja algo do mundo – o mundo dito inteligível ou o mundo sensível – ou, até, o mundo que se pinta na mente do ‘eu’ que se dá a conhecer e a exprimir. Esse tão honrado ‘eu’ que, com uma caneta – objecto mais precioso! - delimita e delineia os contornos de um grande valor. Esse ‘eu’ que dá sentido àquilo que é, através de si mesmo e dos outros que, como ele, se dão ao mundo e se entregam sem reservas para que todo e qualquer ser aprenda e defina o seu propósito, se torne livre, no fundo.

A literatura é muito mais do que se pensa. Ela é o próprio pensamento (íntimo) e, por isso, é a liberdade – é livre para si e para os outros…
Quando o ‘eu’ pensa, uma nova expressão surge. Quando a literatura nasce, todo e qualquer ‘eu’, finalmente, respira.     

"I gave you blood,blood gallons of the stuff (...) and it has never been enough"

Last.
the last minute.
the last kiss.
the last touch.
the last feeling.

no more you,
no more us.

it was the last time.

"se fosse um dia o teu olhar"

No calor… juntos.
Dois.

A flor abre
Para a semente entrar.
Mais fundo
E mais fundo.
Chuva cai nas pétalas delicadas.
O Sol fogoso brilha.

Três.
Outro se lhe junta.

Quatro.
E outro.

É o festim da Natureza.
Primavera.
Verão.
Fogo eterno.

Comunhão dos sentidos
(Sensações que flutuam)

O cheiro a fruto, a luz do Sol
Invadem o ar.
Adocicando a
Vida.

Ode ao Mestre da desfragmentação

Fernando Pessoa
Pessoa é.

Definição de
Pessoa.

Todo.
Algum.
Nenhum.

Muitas
Pessoas
Dentro de
Um.

o dia já vem longo e quase sem comida,daí o nonsense da coisa. "O POVO É QUEM MAIS ORDENA"

Esta rua não é minha.
Não é tua.
Não é nossa.

É de ninguém.
É de alguém.
É de todos.

Esta rua
É de todas as ruas,
É do povo.

Homem Mistério

Quando tu me tocas,
Nas minhas cordas –
 – Nas cordas certas –
– Afinado,
O gemer da (minha) guitarra
Ecoa.

A [minha] doce música eleva-te
E cantamos juntos.

Melodia dos céus.

Depois,
Tocas as minhas teclas
E os meus botões.
Lentamente. Com magia.

Ficamos orquestra
Em sintonia.
E, alto, as notas soltam-se
E a nossa canção soa.

Meu maestro, meu músico,
Meu instrumento.

(Nossos lábios
Criam a doce cantilena que,
Com a letra certa,
Me levam embalada no ritmo,
Até ao infinito do audível)

[Depois,]
AHHHHHHHH!

Somos sinfonia.



["a essência daquilo que tu és"]

eu estava à espera de um comentário irónico-satírico em tom jocoso extremamente poderoso. e não o ia divulgar no mercado negro

Isso também eu fazia
Sim, eu escrevo muita
Poesia.

Tal e qual.

O meu coração é um mar (de segredos)

Vejo a tua pulsação
Pum pum, pum pum…
Num tic tac compassado.

Sinto a tua pulsação
Pum pum, pum pum, pum pum
Cada vez mais acelerada…
E mais e mais e mais!

O teu corpo torna-se
Num veículo da tua sede.
Sede de paixão.

Vejo as tuas veias, salientes,
Bonitas, esculpidas na tua pele.
O teu pescoço.

Vejo-te como tu me vês. Com os teus olhos.

Queria que me mordesses.
Queria que o meu sangue fluísse
Por e para ti.

(Estou presa à tua fantasia)

Afunda o teu calor em mim,
Com um beijo ardente no meu
Pescoço.

E morde-me.

Bebe do meu pescoço e do meu pulso.

O sangue vermelho escarlate
Que correrá
Nas minhas veias,
No teu corpo,
Será o símbolo do nosso
Amor.

Carnal.
Feroz.
Sensual.
Vital.

E com um beijo o selaremos.
Enquanto um rio tinto
Corre e corre. Por nós.


(Fazes-me sentir viva –
És o meu fluido essencial)

Os monstros não existem - Nós sim.

Tomamos certas coisas como garantidas. Temos essa tendência.

e ele que tinha 'oh-tanta-certeza-que-vinha' e  afinal nicles batatóides!

andamos todas fuzzfuzz.

às vezes gostava de poder gritar bem alto: NÃO PERCEBES?ÉS O MEU CAFÉ MATINAL, O ANÓNIMO NO AUTOCARRO, O SEM-ABRIGO QUE AJUDO. ÉS TU!E NEM ISSO VÊS. PORQUE NÃO ME QUERES VER. odeio-te. mas adoro-te.

Não sejamos
Óbvios ou limitados.
Não sejamos
‘Assim’ ou ‘assado’.

Sejamos, antes,
‘Cozido’ ou grelhado’.

Porque
O que não é
Presente,
É Passado.

tenho pensamentos profundos antes de adormecer

A minha alma divide-se em mil.

Todos pedaços que não consigo compreender.

Inatingíveis. Tácteis.

Reais. Ilusórios.

Todos eu.

Nenhum a minha pessoa.

"agora vais-me obrigar a adormecer a pensar nisso que disseste"

Não tentes fazer sentido de mim.
Sou algo único e múltiplo.
Plural do finito.
Singular do infinito.

Quero e não quero.
Faço e não faço.
Amo e não amo.

Sinto mas nunca sinto.
Sinto o tudo do nada.

Ninguém me sente.

mas eu prefiro uma verdade cruel a uma mentira piedosa

Tecnicamente pagou.
Todos pagam.
Mais cedo ou mais tarde.

O imposto da vida.

é que normalmente seria um dia de chocolate quente e a fumegar, aconchegante. mas foi mais a terra molhada que sobressaiu por entre o cinzento do céu claro

Splash.
Uma condensação de
Sensações.

Sim, não.
Sim, não.

Uma gota de água
Na música que sabe a
Amor.

Sim, não. Sim.

todos me dizem que penso demais

Não podes saber tudo o que pensas.
Nem pensar tudo o que sabes.

Quanto mais penso mais sei,
Quanto mais sei mais penso.

Quanto mais penso menos quero pensar,
Quanto mais sei menos quero saber.

Pensar dói.
Saber provoca insónias.

Quero saber e pensar
E pensar e saber.

Mas também quero dormir.

a rotina é o pior mal dos homens

O pior doente não é
Aquele que realmente está doente,
Mas aquele que pensa que
Tem uma doença.

como às vezes a nossa vida parece ser outra qualquer

um dia escrevi:
" Às vezes a realidade é tão irreal que a tomamos como real só porque a vemos. É esse o poder de um olhar, de uma observação... É essa a capacidade que o nosso cérebro tem de tomar como verdadeiro aquilo que pensa que o é. E essa é uma das muitas belezas da vida…quase tão bela como a vista da minha janela."

«tarde de chá num jardim de camélias»

A minha alma está ressequida.
Velha.
Como um livro antigo
Lido demasiadas vezes.
Desfolhado e redesdobrado sem fim.
E que se desenrola com cada dedilhar
Salivado que por ele passa.
Com o seu valor e espírito e tudo.
Mas ressequido. Esquecido numa prateleira.

A minha alma é como os livros que leio.

Como os livros que amo.
Como os livros que todos ignoram.

O livro da minha vida.
O livro do mundo.
Alma fechada em si (e sobre si).
Aberta para todos.
Fechada e esquecida para os outros.

Nada. Morte. Nascimento.
Tudo.

tu.

davas um óptimo caso de estudo fonético-linguístico-psicológico da vida de um ser.
musical até. dadas as notas na pauta do teu córtex.


a liberdade é o combustível da alma

terás de me desculpar, mas não estou num dia muito camélias e arroz doce com canela.

a sério,estou mais num dia orvalho com cheiro a limão.