domingo, 20 de fevereiro de 2011

sim, porque o que eu mais quero é saber como vou morrer - e daqui a quantos anos - sempre que me ligo ao mundo e ele se liga a mim.

Navegar na rede (ou será SEM rede?) é, a cada dia que passa, uma cada vez maior surpresa perigosa que pode acabar numa queda aparatosa mesmo para o mais hábil dos trapezistas.

Pop-ups como "Saiba como vai morrer", "Descubra quem foi numa vida passada e encontre significado para a sua vida presente", "Deus ama vocês: leia a carta que Ele lhe escreveu" e afins, parecem sempre encontrar-me seja a que horas do dia for...

"Você ganhou 1.000.000 dólares porque é o nosso 43567709866338483 visitante -
- ISTO NÃO É UMA BRINCADEIRA, GANHOU MESMO"





Ah, mas se eu tivesse tanta sorte noutras coisas como tenho quando ligo o meu PC e navego, navego, navego...tal malabarista de ondas electrónicas e dados digitais.

AH, SE EU GANHASSE SEMPRE QUE TE LIGASSE.


ponho-me a pensar porque é que carrego 'gosto' em certas coisas...é que, em retrospectiva, não faz sentido nenhum.

É uma dúvida que me assola: se podemos referir-nos a uma 'blogosfera' porque não a uma 'facebook-o-esfera'?

Neste âmbito surge-me uma outra questão: porque é que 'gostamos' publicamente das coisas? Quer dizer, se eu sei que gosto porque é que me surge a necessidade de carregar num botão para todos poderem ver que aquele tema/frase/foto/pensamento/PESSOA é do meu agrado? - note-se o ênfase em 'pessoa' porque, na realidade, não há um botão para se dizer que se gosta de alguém, mas às vezes gostava que houvesse.

Na realidade, o que hoje me assombrou foi o facto de, talvez, querer não um botão de 'gosto' mas a capacidade de 'desfazer' esse clik (como na própria rede social) e 'deixar de gostar'.

Porque, sejamos sinceros, era tão mais fácil se eu não gostasse.

«that everybody needs somebody to love... and everybody needs somebody to care»

«dou-te nada quando queres tudo. dou-te tudo quando queres nada.»

escolha múltipla

lembram-se quando éramos pequeninos e íamos ter com uma pessoa que não conhecíamos e bastava dizer "olá! queres ser meu amigo?" e a partir daí ficávamos inseparáveis?

ou quando um grande amor se resumia a um papel com 3 opções «gostas de mim? <sim> <não> <talvez>» e com uma simples cruzinha resolvíamos questões que hoje achamos complexas?

quem me dera que agora fosse tudo tão fácil assim...

adoro as nossas longas e filosóficas tête-à-tête com cheirinho a laranja, chá de camomila e torradas quentinhas com manteiga

C. - "está tudo de pernas pró ar"M. - "oh. parece que nada se consegue manter estável durante muito tempo, não é? parece que é de propósito" C. - "Sim.acho que sim. quando pensamos que estamos bem e que está tudo a correr como era suposto, algo sucede e BAM!"M. - "deve ser assim a vida toda. antes achava que não, que chegaria uma altura em que as coisas se mantinham mais ou menos felizes e constantes..."C. - "é, também achava isso sim. às vzes os sonhos desfazem-se como algodão doce numa pequena feira"M. - "oh true. mas sabes, há sempre um senhor simpático algures numa caravana a fazer mais"C. - "pois, mas às vezes a caravana está fechada, ou longe ou não gostamos muito do seu aspecto"
M. - "então resta-nos as pipocas"
( C. - "quase sempre doces de mais, ou queimadas, ou cheias de casquinhas de milho, ou -  na versão salgada - com demasiado sal, muita manteiga...enfim)


os sonhos são fantasias de crianças gulosas

sábado, 19 de fevereiro de 2011

"liking someone doesn't mean you have to be lovers, you just have to be friends"

porque é que quando dizemos a alguém "gosto de ti" há logo uma enorme conotação social em torno do assunto que exagera e exaspera todo um contexto de inocência inerente ao interlocutor?

tantas foram as vezes que disse "AMO-TE", mas um "AMO-TE" sentido, real, eterno apesar de tudo o que pudesse suceder. e sabem quantas dessas vezes esse "AMO-TE" com todo o seu significado foi para um amante, uma paixão? zero.

quando gostamos de alguém não importa a natureza da relação. importa o valor e sinceridade do sentimento. importa dizer 'gosto muito de ti', 'adoro-te' ou 'amo-te' quando queremos, precisamos ou vemos que o outro precisa; quando isso é verdade. independentemente do resto.

AMO-TE.

tenho andado a pensar demais em ti, Tu que não és nenhum dos outros Tus que aqui se encontram para tomar chá nas minhas palavras. um novo Tu, talvez. mas desta vez, e ainda com tanto daquele Tu ainda a pairar no meu pensamento, vou ter calma.

Não quero precisar das tuas palavras. Não quero. Não quero. Não quero.
Não quero mais palavras.
Quero gestos. Quero qualquer coisa que não sei que quero.Que tenho medo de querer.
Tenho medo de pensar em ti porque na realidade não devia. Não é justo para ti, para mim, para nós, para ele(s).
Sou tão incapaz de conseguir desligar-me das letras e das palavras e das frases e dos textos. Sou tão incapaz de diminuir o fluxo linguístico de que necessito.
Sou tão fácil de ler e tão difícil de folhear. Sou um livro inútil, inacabado e incompleto - Sou um infinito de vocábulos que desperdiças.

E, mesmo assim, não me farto das tuas palavras.

am i allowed to feel like breakig some rules?

Tenho de perceber o que quero. Sempre foi este o meu problema. Querer por querer ou confundir o que queria. Não sei se escrevendo a coisa lá vai. Mas é certamente mais útil que chorar compulsivamente.Talvez. Talvez seja isso. Sou demasiado exigente. Exijo demais de mim e deposito esperança a mais nos outros. É isso.

"to see if i can catch a dream"

Ultimamente só utilizo a palavra "não" e o prefixo "in" e toda uma panóplia de negações estáticas e desligadas de tudo.

Já estava na altura de começar a afirmar qualquer coisa. Qualquer coisa que valesse a pena.

"when the moon fell in love with the sun" backwards

Um dia o Sol encontrou a Lua e disse-lhe que a amava...

Mas ela não o quis e, desde aí, fogem um do outro, com medo da Terra - que para eles era a sua vida-, deixando-nos, a todos, momentos de escuridão seguidos de pequenos acordes de luz, mas que de nada servem porque nunca ninguém a vai amar como ele a amou.

"tenho comigo tudo o que preciso: ar nos meus pulmões e algumas folhas de papel em branco"

Façam a vossa escolha, gentlemen - pode ser que sangue fresco me ajude a pensar melhor:

preciso das tuas palavras   como de uma droga
            dos teus sorrisos             de ar
            dos teus abraços             do bater do coração
            de ti                                de viver


pode ser que um dia deixe de ter necessidades fúteis como estas.

all you get is pain

C. - "a desilusão vem sempre embrulhada num papel brilhante e perfumado, de tal forma que a confundimos com um chocolate. a diferença aqui é que a desilusão se torna muito mais difícil de digerir e em vez de nos fazer sentir bem, põe-nos a chorar."

M. -  "mentira. nesta tua observação esqueces-te das pessoas intolerantes ao chocolate... não acho bem da tua parte, como futura médica"

C. - "pois. infelizmente começo a desejar nunca mais poder provar, cheirar sequer chocolate. é demais."

M. - "not good for you. some sweetness is always good in our lives."

C. - "not if it gives me pain afterwards"
(...)
M. - "pain is just karma working."

C. -  "oh is it? then i must have been a terrible person in my other life"

M. - "if by being a terrible person you mean having lots of fun. (oh, wait. normalmente sao sinónimos.. :x)"

C. - "yeah. have i brought this all down on me?"


HAVE I?
 maybe being good is old-fashioned. maybe i shouldn't care.

Um dia sopro-te para longe e fujo. Sabes, é que tenho o vento do meu lado.

Quero voar em ti. Mergulhar no teu cheiro.

Que te aponte a ilusão

Eu acreditava.
Agora já NÃO acredito.


WHAT IS THE USE OF TRYING?


(be) the one that saves me

first time...

«give me wine and i'll drink it all, then throwing the bottle at the world»
that's just the problem, you see.

A vida esvoaça por entre os meus dedos, fugindo

Aquele caminho infinito
Que percorro todos os dias
Por entre as folhas outonais caídas...
- Mas não era já Inverno?
Devia estar tudo morto...

Sabes que escolho andar,
Pessoa entre a multidão,
No frio inquieto.
E sinto.

Sinto todos aqueles
Arbustos e folhinhas
Que no meu caminho,
Labiríntico,
Perdem a noção de Si.
De Mim.

Sou Eu que escolho
Atravessar para o Outro lado,
Ignorando a Vida e a Sensação.
Alimentando a Solidão.

Tantas vezes quis
Tantas vezes fugi
Tanto sinto e
Tanto penso
Que Nada tenho. Tudo perdi.

Aquele caminho infinito chega ao fim.
Com o entulho de Mim.

Já Nada é suportável,
Nada.
Nem mesmo o pavimento ordenado no caminho da Vida.