terça-feira, 30 de agosto de 2011

diferenças literário-pessoais

peço desculpa pelo decréscimo de tudo que aqui se tem verificado.

precisava de me encontrar, de encontrar um norte e, em grande parte, este espaço permitiu-me isso, numa espécie de liberdade confinada que me deixou expressar e tentar redescobrir-me.

encontrei um novo eu. voltei a sentir as palavras, cada uma delas, e a expressar a minha tentativa de arte de outros modos. voltei a escrever em folhas de papel amachucado e em documentos reservados.

voltei a escrever. para mim.

agradeço por este espaço, sempre. espaço que continuarei a usar para me expressar de formas diferentes e a tentar coisas novas que, de outra forma não resultam. continuarei a escrever aqui aquilo que, para mim, não ouso.

sábado, 13 de agosto de 2011

russian roulette is not the same without a gun

e todos os dias repito para mim mesma "tu mudaste, C., mudaste." e qualquer coisa como "a partir de hoje não penso mais em ti. a partir de hoje vou pensar em mim".

mas a verdade é que roubas-me a alma em sonhos e a mente em pensamentos. és a pior droga, o pior vício que eu poderia ter. mas és aquele que me sabe melhor.

e sabe tão bem que me mates lentamente.




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

perspectivas astrais

hoje queria voltar a ser criança, daquelas que acreditam que os desejos se realizam, e ver uma estrela cadente para soprar um segredo e receber em troca um beijo.

mas, agora que penso nisso, seria um desperdício enorme desejar o que quero desejar.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

fight or flight?


- tenho andado a dizer isso nos últimos dias, que não sei, não consigo sondar nem ver nem entender nada desses sinais e tretas. eu não sou assim, não sou perspicaz, não consigo ver se sim se não. preciso que me digam preto no branco, ou não sei... porque eu não consigo ver nada. nada.

- mas podes ser tu, não?

- mas não acho que seja eu. vou tentar let him go. agora que tenho tempo para let go e não pensar mais nele, nunca.

- pois. se achas que consegues...

- eu sei lá. mas tenho de tentar não? tentar qualquer coisa, sim ou não, mas tentar uma das duas...porque não fazer nada soa-me mal.

- não fazer nada é o pior.






fell in love with a boy

Acredita, tenho saudades.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

é daquelas coisas que devias compreender

tenho um íman no lugar do coração.


caminhos de ferro

comboio. o tum tum, tum tum, tum tum, tum tum, tum tum...

quando me embrenho no som compassado e profundo que se vai desvanecendo com a diferença das paisagens atinjo o nirvana da paz, da calma, e penso.

penso como só nestes momentos de viagem consigo pensar.

sabem aqueles dias em que estamos rodeados de pessoas e nos sentimos mais sós que nunca e a única coisa que nos apetece fazer é fugir? é nesses dias que mais gosto de entrar num qualquer comboio sem destino, de sair do que conheço e percorrer o mundo em pensamentos compassados ao ritmo do tum tum que me embala e me transporta para uma paisagem à beira-mar regada com uma limonada fresca "sem açúcar" digo e o cheiro a maresia.

talvez seja aquela tal sensação de pânico antes do salto para o abismo, antes do afogar no mar. quando sinto aquele peso no peito e sou incapaz de respirar. aquele peso que me recorda do sentimento que reprimo e guardo em mim, só para mim, mas que me destrói e vai corroendo a cada compasso do meu pensar de tum tum.

e, depois, vem a chuva. o chorar de olhos pretos do rimel esborratado. o pensar do pensar sem fôlego. o sofrer as saudades.

"próxima estação..." ouve-se entretanto e quebra-se o feitiço da transe do pensamento íntimo.

cheguei ao meu destino. mas não saí do mesmo lugar.