sábado, 19 de fevereiro de 2011

A vida esvoaça por entre os meus dedos, fugindo

Aquele caminho infinito
Que percorro todos os dias
Por entre as folhas outonais caídas...
- Mas não era já Inverno?
Devia estar tudo morto...

Sabes que escolho andar,
Pessoa entre a multidão,
No frio inquieto.
E sinto.

Sinto todos aqueles
Arbustos e folhinhas
Que no meu caminho,
Labiríntico,
Perdem a noção de Si.
De Mim.

Sou Eu que escolho
Atravessar para o Outro lado,
Ignorando a Vida e a Sensação.
Alimentando a Solidão.

Tantas vezes quis
Tantas vezes fugi
Tanto sinto e
Tanto penso
Que Nada tenho. Tudo perdi.

Aquele caminho infinito chega ao fim.
Com o entulho de Mim.

Já Nada é suportável,
Nada.
Nem mesmo o pavimento ordenado no caminho da Vida.

Sem comentários:

Enviar um comentário

toca-me ao de leve, com gentileza. e, depois, quando me tiveres cativado, poderás então fundir a tua alma à minha.

as palavras são coisas curiosas, há quem diga que dão vida. por isso, escreve. dá-me vida.