segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Idiossincrasia do meu eu

Porque amar nunca me corre bem.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Anestesia emocional

não sei se ele foi midazolam ou propofol, mas desde então estou mergulhada em morfina.

não sinto nada. tenho saudades de sentir.

Inércia Circunstanciada

Não há nada que resista. Pensamos sempre que tudo é infinito. Que tudo é imutável. Que tudo tem o seu tempo.

Nada tem. Nada é. Nada existe.

Mentira.
Há frustração. Há perda. Há mudança. Há gritos internos e rasgões externos e mordeduras asfixiantes. Há clorofórmio e há benzodiazepinas.

Há tudo, excepto que não há nada.

E por mais que se mova, tudo permanece.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

brincadeira de criança

a história do João e do seu balão é a história de todos nós. a história de um sonho, uma ideia, um desejo, um sentimento que vamos querendo cada vez mais. que vai crescendo e subindo e preenchendo a nossa vida.  e que, como todos os sonhos, desejos, sentimentos, acaba com um sopro e um puff.
a história do João e do seu balão é uma história de crianças, para crianças. uma história simples. uma história que pode não ser nada disto. mas uma história que é de desilusão. e os "crescidos", esses, por mais que digam que não, não passam de crianças a chorar quando os seus sonhos voam para longe, para sempre.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A vida é como uma mariscada

Não sabes bem para onde te virar, há imensa coisa para comer boa. Mas depois há aqueles mariscos que só alguns é que gostam. Eventualmente se chegares tarde ou fores altruísta acabas tu por ficar sem nada para comer. Ou então com os restos. No final sais sempre magoado, especialmente se limpares as mãos ao guardanapo com limão - as feridas doem sempre mais depois de estares de barriga cheia. Mas mau mau é estares a comer e aleijares-te quando tentas partir a carapaça de outra pessoa. Se bem que chega a ser quase merecido, não se deve partir ninguém. Nem mesmo que seja para comer.

Sabes, ter carapaça por si só é mau que chegue.

sábado, 20 de abril de 2013

Hidroginástica em bibliotecas sufocantes


Vamos perdendo as pessoas aos bocadinhos.

Por mais que digamos que não. Por mais promessas. Por mais partilha. Vamos. 
Elas pertencem a alguém e nós pertencemos a outro alguém e no fim fica um mar de alguéns que lutam para se manter à tona de água, para respirar, para não sucumbir à maré entrelaçada de relações e ligações, para que a morte, o afogamento, não as atinja. E as palavras vão-se diluindo no sal da água do mar de alguéns, vão-se asfixiando nas laringes que se enchem de água a cada golfada desesperada. Até que os pulmões recebem o mar de braços abertos. Até que sentimos a maior dor quando tentamos compassadamente respirar a conversa do nosso alguém, aquele que é de outro alguém, que por sua vez é de outro alguém. Até sermos engolidos pelas ondas. 

Sim, vamos perdendo as pessoas aos bocadinhos.

domingo, 14 de outubro de 2012

oh the glamorous life of a Med student

"one minute, you are hearing heart sounds

the next, you are hearing the sound of your heart breaking."

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

desculpem.

eu costumava conseguir escrever. but now i just can't. 

e é tão triste

domingo, 5 de agosto de 2012

clubes nocturnos

tenho tendências ridículas. e já nem me refiro a ridículas do estilo das cartas de amor que o Pessoa adorava. são mesmo ridículas.

deixei de escrever porque achei que tinha de manter um padrão qualquer naquilo que escrevia. mas apercebi-me que sinto falta desta verborreia que às vezes me toma de assalto. e por isso, aqui está. um conjunto de letras idiotas que não dizem nada de jeito mas dizem tudo ao mesmo tempo.

um dia hei-de ter sorte e mudar de tendências.

os homens de hoje em dia já nem homens são.

terça-feira, 26 de junho de 2012

embora.

apetece-me desistir de algumas coisas. mas isso é para fracos não é?
queria tanto voar.

domingo, 10 de junho de 2012

por mais que tente acabo sempre numa definição estampada na parede de um prédio abandonado ao lado de um graffiti esbatido

é assim tão errado odiar-me?

se cheira a chocolate e sabe a chocolate...

se soubesses tudo o que eu daria para poder partilhar um quadradinho que fosse contigo.

és o pior erro de todos

e olha que tenho experiência que baste em escolher os sabores errados para recheios e coberturas.

há um fogo que me consome e não são malaguetas

Fernando Pessoa um dia escreveu:
"Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei." 


Sei que tenho estado ausente, e não tenho dito nada, mas nem eu sei.

sábado, 5 de maio de 2012

eu

não sei escrever.

sábado, 28 de abril de 2012

negação de mim própria

todos os dias me esqueço porque te odeio amo, e todos os dias tu mo relembras.

nem a camomila me salva desta febre

o lixo sentimental que produzo todos os dias equivale a uma pegada amorosa superior à de mil homens apaixonados.

não entendo porque é que tenho tanta coragem e tanta cobardia ao mesmo tempo. gentilmente, ponho os pés pelas mãos e troco outras tantas instâncias anatómicas sempre que te tento seduzir com palavras de mel e conversas de chá. e todos os dias caio na tentação de revelar o dobro do que queria mas metade do que desejo.

anseio pelo dia em que te consiga escrever a minha verdade e me consigas compreender; minto, anseio pelo dia em que te compreenda.

és o maior mistério (não vou pensar nos outros que ainda estão presos na minha garganta, mesmo após várias lavagens pelo mundo da tequila e da lima - minhas adoradas companheiras de vida) e provocas em mim uma sensação de incapacidade de me controlar, uma falta de controlo que me impele para que sonhe contigo a todos os minutos do meu dia e a todas as horas da minha noite.

(não sei se) gosto mesmo de ti. acho que te quero sem saber porquê.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

maybe I just want to feel alive

tenho andado a tentar aguentar este estado de espírito. mas não consigo não me sentir atraída por um abismo de errado que tudo isto é, ou melhor, pode ser.

e, o pior, é que mesmo com o estrangulamento de garganta que tenho, a afonia de falar de ti, não consigo chorar. porque tu me fazes sorrir, ainda que de forma totalmente doentia, mas sorrio.

é curioso que sejas o oposto do que tenho querido, mas igual na inaptidão de falares ou sentires.

- tenho tendências -

sexta-feira, 23 de março de 2012

as coisas que acontecem enquanto procuravas apenas um dia calmo e feliz ou 'bebericando chá num jardim de solidão'

vocês não entendem que não podemos viver de esperanças suspensas e talvezes sonhados em dias de sol. que a inconstância que revelamos se deve à mesma inconstância que nos revelam em nuvens de vapor de água doce que baforejam tal brisa do sul para cima de nós. que ficamos tristes com as mais pequenas coisas.

vocês não entendem a mágoa de sentir demais e não poder fazer nada. a falta que nos fazem no meio deste mundo sujo, injusto e conspurcado. o que precisamos de vocês. o que precisamos de precisar de vocês, para nos manter sãs e afastadas da loucura.

vocês não entendem os sentimentos puros que sentimos. que nos recordam o tempo em que tudo era simples. que com vocês sonhamos.

não, vocês não entendem nada.
vocês não entendem.

sexta-feira, 2 de março de 2012

já não se faz hardware como antes.

os meus dedos arranham o teclado até começarem a sangrar. o sangue é uma coisa tão complexa penso eu enquanto continuo a arranhar as teclas que me mantêm presa à ilusão de que te importas. pode ser que ainda troquemos teclas hoje - sempre a eterna sonhadora. não é por estares praí a escrevinhar que ele te vai notar, volto à realidade da hemorragia.

tens-te divertido tanto, C.; tens tido tanta atenção dos outros mas nunca a tua. o pior é que tu não entendes como me fazes sentir. sangro mais um bocadinho enquanto as lágrimas me escorrem - estou farta de pensar. esta tara por homens sacanas tem de acabar antes que o teclado se estrague, qualquer dia não há álcool que lhe valha, qualquer dia não há veias que me valham. a culpa é dos fabricantes de computadores e material de harware - esta porcaria hoje em dia é demasiado frágil - como eu.

a verdade? estou farta de doar sangue para um teclado inanimado.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

quando a sílaba tónica é a antepenúltima

"Todas as palavras esdrúxulas, como os sentimentos esdrúxulos, são naturalmente ridículas"


ponho-me sempre a pensar que as cartas que tenho para te oferecer não serão suficientes para saciar esse teu vocabulário próprio. que o meu vernáculo não será suficiente. que não sou vocábulo para ti.

o que mais queria, na verdade, era fazer parte do teu livro. vir um dia a ser uma das tuas histórias (uma daquelas boas e perfeitas que tiveram um final feliz) e poder ser contada a quem quisesses. queria ser delineada pela tua caneta e constar do teu dicionário.

mas eu já sei que sou de difícil pronúncia e que a minha grafia tão-pouco ajuda à minha compreensão. tenho uma tónica própria e, acaso fosse uma frase, teria uma sintaxe complexa demais para ser deslindada com apenas a leitura breve que me dás.

se ao menos me escrevesses...




"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas."

[Álvaro de Campos]

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo.

um dia prometo que te digo tudo.

(sim, eu sei, contrario-me a mim própria.)

devia escrever uma carta todos os dias e entregá-la em mão, mas em vez disso não passo dos  gatafunhos em folhas soltas por aí. só espero ter mais tempo.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

esplanadas e arbustos

é definitivamente definitivo. quando caminhas em direcção a casa casualmente caminhado após um dia que talvez tenha sido dos mais felizes ultimamente, e começas a chorar - é definitivo. como podes esperar cativar se não consegues aguentar no peito toda a pressão e emoção que sentes? pois, não consegues; não cativas.

e dirias tu que sou, talvez, ridícula por me sentir em dispneia emocional quando me apercebo da minha ridicularidade a perseguir castelos imaginados de futuros em comum num desses eléctricos que percorrem a cidade. e eu responderia que sim, que sou ridícula. mas que hei-de percorrer todos os jardins antes de desistir de ter uma noite bem dormida, sem hiperventilações nem cloreto de sódio diluído em gotas de sonhos que sempre o serão.

mas porque é que não posso ter o meu próprio canteiro?


um dia hei-de receber uma flor.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

evasões em anonimato

Adoro a novidade; o conhecer coisas novas. Mas reservo-me uma excepção. A minha cidade. Há qualquer coisa de reconfortante e belo na familiaridade dos caminhos e paisagens de sempre. E qualquer coisa de macabro e sádico no envolvente citadino.
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Enquanto regresso de uma viagem, uma espécie de amante fugaz e passageira a quem se diz um adeus breve, sempre torno ao verdadeiro amor da minha vida – a rotina do bulício cansativo rodeado pelo nevoeiro industrial que se faz sentir nas vias respiratórias, tornando-me quase toxicodependente dos compostos nocivos que pairam no ar.
Sabes, é aquela tirada de sempre: o vício, pensei eu.
Tal como cocaína injectada sem dó nem dor, ou aqueles 0,6mg de nicotina e 8g de alcatrão contidos num cigarro que absorvo em lânguidos e compassados fôlegos sempre que sinto a necessidade melancólica de olhar o mar em varandas perdidas, o fumo, sempre o fumo poluído deste meu recanto urbano, entorpece-me os sentidos e vicia.
Sim, é como um arranhar de unhas envernizadas de vermelho, que encruam com o sal desse mar de lágrimas da tal amante perdida, na pele suada de um romance fugidio nessas noites de calor na baixa. «São 100 euros» diria a puta para o seu cliente satisfeito e arranhado que lhe pagaria sem demora e sairia para a rua, absorvendo todos os cheiros que a civilização moderna tem para lhe oferecer.
«Vês, é vício» disse-me a minha outra moradora do meu corpo. «Se não é o tabaco depois da foda, é o ar conspurcado das ruas da noite».

Às vezes tento não gostar tanto disto, tento não apreciar todo e cada defeito minucioso que Lisboa me apresenta. Tanto cheiro e sabor que preferia não saber, não conhecer. Penso, talvez ilogicamente, em tudo o que poderia ter. Todos os sítios a que podia chamar “meus”.
«Não seria o mesmo», responde-me ela.
Não, não seria, concluo.
E regresso à realidade por entre o cheiro a químicos descolorantes e abrasivos, deixando que a água a ferver escolha o seu caminho deambulante pelas minhas costas, percorrendo trilhos de pele morena e deixando a sua marca em gotículas salpicadas aqui e ali.

É vício.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

adormecer

eu não quero dormir porque não quero sonhar porque os sonhos nunca se tornam realidade. não os bons, pelo menos. nunca os bons. por isso não quero sonhar. não, não, não. NÃO.

não quero dormir.

conversas com sabor a lima-limão

pelo inevitável sabor que sentia na boca, ao falar, ele sabia que isto era diferente.
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há sempre tão diversos tipos de conversas.
lamentavelmente, termina sempre no mesmo. “então, tudo bem?” “sim e contigo?”, como se a (des)preocupação polida e envernizada fosse mais fácil de engolir. “mas, então, e novidades?” “ah, por aqui vai tudo na mesma” e bem que ela podia estar mal e mostrá-lo nas suas respostas que ninguém iria querer saber ou sequer reparar. tu ias continuar com a tua vida a navegar no ciberespaço. é a podridão do novo século.
“sabes quando tens um cartuxo de balas vazio? o fumo depois do disparo? a pólvora queimada? aquele cheiro que fica no ar?” “desculpa, estou atrasado, depois vemos isso”, mas depois não deu porque ela suicidou-se; tu mandaste flores e um postal electrónico “condolências para a família”.
«se navegasses em alto mar, terias tido mais resposta, pobre coitada»
só te respondem nas horas vagas. só nos respondemos uns aos outros nas horas vagas. fossem os teus olhos máquinas fotográficas e os teus ouvidos um gravador. corrijo; fosse o teu cérebro uma máquina de filmar, dessas ainda funcionantes a película, não!, daquelas que te mostram as texturas em 3D e o som em Sistema Surround.  assim, poderias gravar estes momentos suspensos de não-diálogo para verem todos um dia, verem como somos todos a mesma escumalha, tão viciados no nosso próprio ego e na nossa própria história.

“era um gin tónico com limão” “são cinco tostões” e atiras cinco euros, sem reparares sequer naquele velho merceeiro que não sabe funcionar com esta nova moeda. prestasses atenção e terias poupado uma batelada de dinheiro. “boa tarde” “adeus e bem-haja”, mas mal-haja digo eu que o mal corrompe tudo e todos.

“bem-haja!” diz ele outra vez “querida, tenho de passar pelo escritório…” respondes tu para o auricular.
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mas desta vez foi diferente. um bem-haja

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

X+(eu)=2

julgo que é quando perdemos as contas a quem é X, Y ou Z que concluímos o emaranhado que é a nossa existência. recordo e releio excertos do passado que passei e sinto que tudo poderia ter sido em relação a qualquer caracter alfabético por quem eu um dia tive especial predilecção no acto de escrever.

uns, é claro, são evidentemente vogais; outros, consoantes. mas, no fundo, não passam todos de letras que formam palavras que formam frases que formam parágrafos que formam capítulos que formam vidas.

não sei já se tu, símbolo de alfabetização, eras X, Y ou Z. talvez fosses matemática. talvez ainda sejas álgebra... só sei que tu és o único botão no meu teclado que continua a ser gasto vezes e vezes sem conta. e só espero que um dia destes possa escrever-te livremente na minha caligrafia própria e complicada.


"Let X equal the quantity of all quantities of X. Let X equal the cold. It is cold in December. The months of cold equal November through February. There are four months of cold, and four of heat, leaving four months of indeterminate temperature. In February it snows. In March the Lake is a lake of ice. In September the students come back and the bookstores are full. Let X equal the month of full bookstores. The number of books approaches infinity as the number of months of cold approaches four. I will never be as cold now as I will in the future. The future of cold is infinite. The future of heat is the future of cold..." [in Proof]

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

repressões

soubesses o que a vida já deu voltas, saberias como tudo isto me é estranho.

perdi a vontade de escrever como quem perde a vontade de beber um café pela manhã: de forma casual e sem me aperceber; foi só quando as cefaleias da abstinência me atacaram que entendi o que tinha deixado por fazer inconscientemente. «tsc, cabeça a minha», pensei eu. mas, não. de facto, não se pode comparar a abstinência da escrita com outra qualquer. não escrever é não respirar. sucumbi.

«o mundo está diferente», são estas as minhas primeiras palavras após regressar ao mundo dos consumidores de oxigénio. «eu estou diferente».

sábado, 29 de outubro de 2011

regresso sem regressar

depois de ter desistido de tudo, de inclusive falar a mim e ao mundo, decidi voltar.

não é por nada, mas achei por bem.

recordar é viver 
voltar é viver

sábado, 24 de setembro de 2011

sol de pouca dura

parece que com o outono, voltou a chuva aos meus olhos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

funny how things turn out to be

devia escrever sobre tanta coisa.

e como ando toda confusa e marada. mas feliz. super feliz. apesar de estar mais emaranhada do que em qualquer outra altura.

é curiosa a vida...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

fim da linha

e depois há dias como o de hoje em que vemos uma pessoa a saltar para a sua morte e não sabemos bem o que aconteceu.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

chama-se adoptar uma perspectiva optimista da vida

diria que já não aguento certos joguinhos, atitudes e, sobretudo, pessoas.

mas, ando demasiado feliz para me preocupar com isso agora.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

diferenças literário-pessoais

peço desculpa pelo decréscimo de tudo que aqui se tem verificado.

precisava de me encontrar, de encontrar um norte e, em grande parte, este espaço permitiu-me isso, numa espécie de liberdade confinada que me deixou expressar e tentar redescobrir-me.

encontrei um novo eu. voltei a sentir as palavras, cada uma delas, e a expressar a minha tentativa de arte de outros modos. voltei a escrever em folhas de papel amachucado e em documentos reservados.

voltei a escrever. para mim.

agradeço por este espaço, sempre. espaço que continuarei a usar para me expressar de formas diferentes e a tentar coisas novas que, de outra forma não resultam. continuarei a escrever aqui aquilo que, para mim, não ouso.

sábado, 13 de agosto de 2011

russian roulette is not the same without a gun

e todos os dias repito para mim mesma "tu mudaste, C., mudaste." e qualquer coisa como "a partir de hoje não penso mais em ti. a partir de hoje vou pensar em mim".

mas a verdade é que roubas-me a alma em sonhos e a mente em pensamentos. és a pior droga, o pior vício que eu poderia ter. mas és aquele que me sabe melhor.

e sabe tão bem que me mates lentamente.




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

perspectivas astrais

hoje queria voltar a ser criança, daquelas que acreditam que os desejos se realizam, e ver uma estrela cadente para soprar um segredo e receber em troca um beijo.

mas, agora que penso nisso, seria um desperdício enorme desejar o que quero desejar.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

fight or flight?


- tenho andado a dizer isso nos últimos dias, que não sei, não consigo sondar nem ver nem entender nada desses sinais e tretas. eu não sou assim, não sou perspicaz, não consigo ver se sim se não. preciso que me digam preto no branco, ou não sei... porque eu não consigo ver nada. nada.

- mas podes ser tu, não?

- mas não acho que seja eu. vou tentar let him go. agora que tenho tempo para let go e não pensar mais nele, nunca.

- pois. se achas que consegues...

- eu sei lá. mas tenho de tentar não? tentar qualquer coisa, sim ou não, mas tentar uma das duas...porque não fazer nada soa-me mal.

- não fazer nada é o pior.






fell in love with a boy

Acredita, tenho saudades.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

é daquelas coisas que devias compreender

tenho um íman no lugar do coração.


caminhos de ferro

comboio. o tum tum, tum tum, tum tum, tum tum, tum tum...

quando me embrenho no som compassado e profundo que se vai desvanecendo com a diferença das paisagens atinjo o nirvana da paz, da calma, e penso.

penso como só nestes momentos de viagem consigo pensar.

sabem aqueles dias em que estamos rodeados de pessoas e nos sentimos mais sós que nunca e a única coisa que nos apetece fazer é fugir? é nesses dias que mais gosto de entrar num qualquer comboio sem destino, de sair do que conheço e percorrer o mundo em pensamentos compassados ao ritmo do tum tum que me embala e me transporta para uma paisagem à beira-mar regada com uma limonada fresca "sem açúcar" digo e o cheiro a maresia.

talvez seja aquela tal sensação de pânico antes do salto para o abismo, antes do afogar no mar. quando sinto aquele peso no peito e sou incapaz de respirar. aquele peso que me recorda do sentimento que reprimo e guardo em mim, só para mim, mas que me destrói e vai corroendo a cada compasso do meu pensar de tum tum.

e, depois, vem a chuva. o chorar de olhos pretos do rimel esborratado. o pensar do pensar sem fôlego. o sofrer as saudades.

"próxima estação..." ouve-se entretanto e quebra-se o feitiço da transe do pensamento íntimo.

cheguei ao meu destino. mas não saí do mesmo lugar.



quinta-feira, 28 de julho de 2011

o problema aqui é a falta de tempo

porque um dia eu vou ter tempo de deixar todas as ideias fluir para o mundo.


mas agora não posso.

/é mais ou menos como tu e eu. tempos estrangulados/


domingo, 17 de julho de 2011

the more I grow the less I know

deixar partir as pessoas é muito importante. até no amor.

especialmente no amor.





segunda-feira, 11 de julho de 2011

sai dos meus sonhos

não faço ideia do que queres.

sim, não, nim? mas era bom que te decidisses rapidamente e deixasses de ser tão...inconstante. porque se continuares assim eu nunca vou conseguir tirar-te da minha cabeça (por mais cavaleiros - como ele! - que apareçam).

mas acho que é isso exactamente que queres: manter-me presa a ti. para sempre. só para que saibas que estou ali quando precisares. e essa não é uma sensação que eu queira ter.

ainda assim, vamos jogar o teu jogo. porque, tens razão, ainda penso em ti.

"gosto de ti"

e nunca sei se quando o dizes é de verdade.

terça-feira, 5 de julho de 2011

electrodomésticos "edição limitada"

- questão existencial sem resposta aparente
- (já) tenho resposta para isso. atingiu-me há pouco enquanto ligava a fritadeira.
- as fritadeiras são boas conselheiras.
- não tanto quanto os microondas. vou então explicar-te: coloca outra questão difícil de responder, se não souberes a resposta, pergunta ao ar-condicionado...


I don't love you, and so what?

foges. não tens feito nada mais senão fugir. e eu que sempre precisei do meu amigo agora fiquei apenas com os suspiros docinhos deixados em tempos idos.

percebeste tudo mal. aliás, achas que percebeste o que quer que seja. e começaste a tirar ilações ridículas.

volta. só quero que aqueles dias de massa quebrada no balcão com o cheiro a tartes de amêndoa no forno regressem.


mas eu tenho quase a certeza que és mesmo tu de quem eu sinto a falta.


sábado, 2 de julho de 2011

podes fugir mas não te podes esconder?

quanto mais corro mais me afasto de ti.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

há pessoas e, depois, há idiotas.


e é só isto. gosto da forma como algumas pessoas se metem onde não são chamadas. e de como, anonimamente (cobardia total, saliente-se) criticam e opinam sobre coisas que não conhecem e sobre as quais não fazem a mínima ideia.

há uma grande diferença entre literatura e entre desabafos do tipo meu-querido-diário. temos de saber reconhecer a diferença. nem tudo o que se escreve retrata a pessoa que escreveu isso. na verdade, o acto de escrever serve para que nos possamos colocar na pele de outras pessoas e ir de encontro àquilo que pode ser mais ou menos emocionante para os leitores. (podendo, ou não, servir de catarse pessoal. se for ambos, melhor)

deixo um aviso, para a próxima vez que alguém queira comentar de forma idiota o que quer que seja, por favor, pense um bocadinho (2 segundos bastarão, verá) antes de o fazer. é que toda essa indignação suspirada de quem tem a sensibilidade literária de um alfinete não fica bem.

e, se não gosta, não leia. cada um faz o que quer, tenho tanto o direito de escrever como qualquer outra pessoa e gosto pouco que me digam o que fazer.

e, agora sim, eu própria digo (tradução para totós: não estou a fazer uma extrapolação literária, é mesmo a minha opinião): a inveja é um sentimento muito feio. e, provavelmente, quem é frustrado aqui não sou eu...


#aos outros: desculpem toda esta agressividade, mas há limites#

domingo, 26 de junho de 2011

tem dias que sim

há dias em que penso que poderia resultar. mesmo. é toda uma sensação de formigueiro inexplicável que me invade os sonhos com cheiro a bolos acabados de fazer no ar.

tu e eu, num abraço infinito. breves momentos de perfeição.

mas, depois, lembro-me que nem eu nem tu somos assim. que somos tão parecidos e, contudo, tão diferentes. mas que somos livres. e não é que somos perfeitos assim mesmo?

por mais tartes que saiam do forno, o sonho continuará sempre isso mesmo - um sonho.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

blame it on the girls, blame it on the boys

e logo eu que prometi que, por ti, não derramava nem mais uma lágrima.

e que, desta vez, foi por uma coisa completamente idiota.

mas, eu gosto mais dele que de ti, que raio! [então porque é que é sempre ele que te afecta?]